segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

LITTLE MONSTER


Sempre achei que fosse morrer jovem. Jovem assim, antes dos trinta. Desde pequena tinha essa sensação.

Mas na verdade, agora analisando a fundo,acho que me referia a outro tipo de morte.

Não era a morte do meu corpo que ia chegar logo.

Era a morte daquela pessoa que eu era.

A transformação que acaba matando coisas boas, sabe?

Porque pra gente crescer tem que ficar mais duro, cheio de amarras, cascas, proteções. Quase um monstrinho.

Acho que antes de tudo ( das contas, dos salários, da independência, da plena noção do perigo) eu era alguém bem melhor.

Mais leve. Mais simples. Mais natural.

Menos morta.